Resenha: O Mundo de Platão – Neel Burton

Galera, hoje em especial quem fez a resenha foi uma amiga muito querida, Ana Nathalie, espero que curtam sua primeira resenha:

Sinopse:

"O Mundo de Platão proporciona uma visão abrangente do pensamento desse filósofo, que até hoje exerce fascínio sobre estudantes, eruditos e o leitor em geral. Ele inclui uma introdução à sua vida e à sua época, a história de Atenas até os dias em que ele viveu, uma descrição dos filósofos pré-socráticos e um resumo de cada um dos diálogos de Platão. Um guia resumido de um dos maiores pensadores do mundo."

Todo livro tem algo a ensinar: seja um drama com o qual nos identificamos; uma situação que nem imaginávamos como seria; as características de um lugar que nunca fomos ou iremos algum dia; e até mesmo palavras novas que agregam nosso vocabulário. De qualquer forma, um livro de filosofia traz algo a mais. Traz o fascínio, como diz a sinopse. Traz algo sobre a essência humana, sobre as dúvidas constantes que permeiam as nossas crises, sejam individuais ou sociais. Instiga nossa busca pela justiça, pela sabedoria e pela paz de espírito. Enfim, nossa busca pelo conhecimento. Nos ajuda também a perceber que algumas questões que nos perguntamos hoje em dia já eram pensadas há séculos antes de Cristo. E que muitas coisas que vemos, ouvimos e sabemos apenas por saber, foram eles, os filósofos que pensaram.

Para qualquer pessoa que não é acostumada a ler sobre política, filosofia e sociologia em geral, é uma experiência ímpar poder ter contato com esses pensadores, com a história da humanidade. Sócrates é extremamente envolvente em seus discursos. Confesso que muitas vezes tive que ler e reler alguns trechos para compreender o raciocínio, mas a sensação que tive ao final de cada capítulo é de que minha mente se expandia, conforme as coisas que estava aprendendo se acomodavam no meu mundo das ideias. Esse não é um livro para ser devorado num dia só, mas degustado aos poucos, pois diferentemente do processo normal de comer, você só sente o “sabor” dessas ideias sábias, após a digestão (compreensão).

Alguns trechos:

·         “Aquele que o Amor toca não anda na escuridão”

·         “Assim como não podemos saber que arte torna um sapato melhor se não conhecermos um sapato, também não podemos saber que arte nos torna melhores se não conhecermos a nós mesmos. O autoconhecimento, contudo, é uma coisa difícil que poucos conseguem alcançar”.

·         “O amante do corpo vai embora quando murcha a flor da juventude, mas o amante da alma não vai embora, contanto que a alma continue perseguindo a virtude”.

“(...) Amo você por você mesmo, enquanto outros

Homens amam o que você possui; e sua

Beleza, que não é você, está murchando,

Justo quando seu verdadeiro eu está começando a florir.”

·         “O medo é produzido pela antecipação de coisas más, mas não por coisas más que aconteceram ou que estão acontecendo. Ao contrário, a esperança é produzida pela antecipação de coisas boas ou pela antecipação de coisas não más.”

        Curiosidades:

 Lembra daquele filme “Trezentos”?

Por volta de 480 a.C, “o rei espartano Leônidas e um punhado de trezentos heróis espartanos conseguiram conservar o desfiladeiro durante três dias, lutando até a morte do último homem, de acordo com os costumes espartanos.”

Você sabia de onde surgiu aquela modalidade de corrida que se chama Maratona? Surgiu como uma homenagem ao soldado grego Fidípidesque correu para avisar da vitória dos exércitos atenienses contra os persas e morreu após cumprir a missão. E isso em 490 a.C.. “Os atenienses haviam mandado Fidípides antes deles para anunciar sua vitória em Maratona. Filípides que correra os 40 quilômetros de Maratona a Atenas, murmurou “nós vencemos” e morreu ali mesmo”.

Academia / Akademo

“Retornando a Atenas em 387 a.C, Platão fundou uma escola de ciência e filosofia num local chamado “Academia” em homenagem ao lendário herói ateniense Akademo”. “A Academia sobreviveu de uma forma ou de outra por uns novecentos anos (mais tempo que, até agora, a Universityof Oxford) até ser fechada pelo imperador cristão Justiniano, em 529 d.C.”

Um rio nunca é o mesmo...Foi Heráclito de Éfeso (535-475 a.C) que declarou que “não se pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois águas novas estão sempre fluindo sobre nós”.A grande ideia de Heráclito era que tudo estava num constante estado de fluxo ou “vir a ser”, o que foi sintetizado nesta declaração.