O que significa ser um geek?
Por intermédio das suas reflexões e da viagem que decidiu fazer,
Ethan Gilsdorf conta não somente a sua história, mas a da cultura pop. Jogador,
na adolescência, de Dungeons & Dragons e fã de J. R. R. Tolkien, ele pegou
a estrada para ir ao encontro de sua família. Nesse incrível tour, o autor
viaja para a cidade natal do criador de D&D, Gary Gygax, veste uma fantasia
para participar de um RPG e usa trajes medievais para encenar uma guerra em um
encontro de nerds.
Ao longo de sua jornada, Ethan ainda visita as obras do castelo
francês Guédelon, uma incrível fortaleza medieval que está sendo construída
hoje com os mesmos recursos utilizados no passado, e viaja para a Nova
Zelândia, onde conhece as locações das filmagens de O Senhor dos Anéis.
Acompanhe Ethan Gilsdorf nesta jornada sem precedentes, que traz para a
realidade a paixão pela fantasia e pelos jogos.
Comentando...
Em primeiro
lugar, gostaria de agradecer à Luiza, que me deu o livro para resenha.Adorei.
Em segundo, se você se considera
um geek, um nerd (ou seja qual for o nome que queira dar), naturalmente irá se
identificar com alguns, muitos, senão todos os pontos abordados neste livro.
hehe
Do título original
“Fantasy Freaks and Gaming Geeks”, esse livro é pra você, que é louco por
fantasia e, de alguma forma, curte fugir um pouquinho (ou completamente) da
realidade, através da imaginação, da leitura, dos filmes e/ou dos jogos, sejam
eles de tabuleiro, eletrônicos ou de interpretação.
Não, meu
amigo. Você não está sozinho. E sim, tem gente “pior” que você por aí. Hehe
“Querido?”
Ela ergue uma sobrancelha. “Teve sorte?”
Isso
não é hora para perguntas! Eu desembainho a espada.
“Ninguém
simplesmente entra em Mordor”, eu anuncio.
“Seus
Portões Negros são vigiados por mais do que apenas orcs.
Lá
existe um mal que nunca dorme, e o Grande Olho está sempre atento.”
Ela
revira os olhos.
“Ethan,
por favor... ache logo o carro, está bem?”(Pág.42)
No início da minha adolescência,
eu tive o prazer de conhecer o RPG clássico. Aquele em que um grupo de amigos
forma uma roda (sentados no chão do play, em volta da mesa da sala, em cima da
mesinha de ping pong – a feita de cimento, é claro), utilizam papel e caneta,
livros de regras, e fichas para desenhar os personagens e registrar seus
atributos. Aquele onde o mestre começa a narrar a aventura e você simplesmente
viaja. E a partir dali, tudo depende da sua capacidade de imaginação e da sorte
nos dados coloridos e multifacetados para determinar o seu futuro. Ah, como era
bom.E quando o autor narra seus momentos de jogo com os amigos, inclusive com
exemplos de trechos das aventuras que “viveu”, imagina a nostalgia que eu
senti. Com o passar dos anos, fiz novos amigos e sei que muitos deles ainda
jogam... Quem sabe eu não volto a jogar?
Em sua
jornada, Gilsdorf aborda a questão do escapismo, sobre como as pessoas utilizam
a fantasia para fugir da realidade (que nem sempre é das melhores). Ele inicia
o livro com um certo preconceito e até mesmo vergonha, por ser uma dessas
pessoas “covardes” e “que não querem crescer”. Mas conforme ele continua a
jornada, conhece outras pessoas com personalidades e situações diferentes na
vida, e percebe que não é bem assim que a coisa funciona. E confesso que as
conclusões que ele tira de toda essa experiência, me deixam aliviada (assim
como o autor) e mais em paz para aproveitar as coisas que tanto gosto (sem
necessariamente ter um distúrbio social associado).
Além de conhecer mais sobre outras modalidades de RPG,
há diversos assuntos com os quais me identifiquei neste livro: aprendi ainda
mais sobre o Professor Tolkien, jogos como World of Warcraft,LARPs, músicas voltadas para o mundo
literário, e grandes lições que podemos tirar do mundo fantástico para as
nossas vidas. Abaixo seguem alguns trechos interessantes (alguns dos mais de 30
que selecionei), que abordam esses temas:
“Homens e mulheres adultos possuem
consoles Xbox e PlayStation e colocam embalagens de doce com o formato de Yoda
e R2-D2 sobre os monitores de seus computadores.” (Pág. 47)
Embora eu seja mais fã de Star Trek, a fórmula “adultos
+ videogames” é um fato. (até porque agora trabalhamos e temos mais condições
de sustentar nossos brinquedos hehe
“Antigamente marginalizado como obra que não merecia o rótulo
de “literatura”, Tolkien é agora ensinado em sala de aula. A área de estudos
sobre Tolkien rende teses de doutorado, fã-clubes que vão desde a Polônia até a
Argentina, e, de acordo com a última contagem, há traduções de O Hobbit e dos
Anéis em trinta e oito idiomas.” (Pág. 62)
Você sabia que a primeira edição de O Hobbit foi
publicada em 1937? Tolkien é considerado por muitos “o pai da fantasia
moderna”.
Se você também é fã, conheça a página do Conselho Branco – Sociedade Tolkien no
Facebook: https://www.facebook.com/conselhobranco e também ogrupo da Toca RJ, onde são realizados diversos
eventos para celebrar as obras do Professor:https://www.facebook.com/groups/tocarj
“Geek antigamente significava General
Electrical Engineering Knowledge (Conhecimento Geral de Engenharia
Elétrica), um fragmento do jargão militar americano. (...) Em seu uso mais
comum, nerd é utilizado para
descrever alguém que sabe usar computadores e que não tem muito traquejo em
situações sociais. (...) Mas recentemente, o termo geek passou a designar qualquer pessoa que se interesse por
desenvolver uma habilidade ou que seja devotada a um assunto que pareça um
pouco extremado: geeks de filmes, geeks de histórias em quadrinhos, geeks de
música (etc...) Tanto geek quanto nerd podem identificar, alguém que expresse
uma paixão exacerbada por algum hobby em um monólogo ininterrupto. Já a palavra
gamer se refere a entusiastas sérios
de jogos de tabuleiro, RPGs, jogos de estratégia e videogames.” (Págs. 86 e 87)
Terminologia
apresentada pelo autor.
“Risk foi adaptado e lançado no
Brasil pela Grow com o nome de WAR na década de 1970. A versão oficial do Risk
foi lançada no Brasil na década de 2000 pela Hasbro, e os dois jogos, embora
similares, são concorrentes no mercado brasileiro atualmente.” (Pág.120)
Bom, nesse caso, qualquer semelhança NÃO é mera coincidência. Hehe
“Cada
grupo de LARP (Live Action Role-Playing) tem sua própria visão em relação a
regras, figurinos, combate, interpretação de personagens, participação e
ambientação. A ambientação de um LARP pode ser baseada em fantasia, ficção
científica, o universo gótico moderno, espionagem ou envolver gêneros híbridos
como o steampunk(uma
mistura de Era vitoriana com elementos de ficção científica).” (Pág. 134)
Se você nem
imagina como funciona, pode ter uma ideia assistindo ao episódio 11 da 8ª
temporada de Supernatural. Vale a pena.
E há um
evento LARP chamado “Oenach” para acontecer em julho no Rio de Janeiro (em
Magé). Para saber mais ou comprar seu ingresso, acesse:
http://oenachnatailtiu.com/
“Somos adultos que entendem o
propósito de brincar”, disse Elyse. E, em seguida, ficou séria. Ela apontou
para o seu arco de cinquenta e cinco libras de potência que estava no canto da
sala. “Mas, se os zumbis vierem... saberemos o que fazer.” Mike riu. Elyse de
corrigiu. “Quando eles vierem, nós saberemos o que fazer.”
Simplesmente
ri e adorei. Tenho um amigo que pratica arco e flecha e acho o máximo. hehe
“Quando o Led Zeppelin compôs
músicas como “Over the Hills and Far Away” e The Battle of Evermore”, os fãs
não demoraram muito para perceber que a banda estava fazendo referências a
Tolkien. A canção “Ramble On”, que eles compuseram, propõe uma trama
alternativa para os Anéis na qual Gollum não está querendo pegar o anel, mas
sim uma garota hippie. Os membros do Led Zep não sabiam, mas estavam compondo
“filk”, um gênero musical que abrange músicas que falam sobre livros e
personagens, computadores, tecnologia e a própria cultura dos fãs.” (Págs. 211
e 212)
O autor também fala de uma banda chamada
“Harry and the Potters” e um dos seus grandes sucessos se chama “Voldemort
Can’t Stop the Rock”.
“Oxalá o cavalheirismo e a
busca do amor puro ousassem comandar cada uma de nossas ações!
Se nos concentrássemos naquilo
que minha mãe chamava de “Questões Superiores”:
Princípios cavalheirescos como
Coragem, Justiça, Piedade, Generosidade, Fé, Nobreza, Esperança e Força.” (Pág.
253)
Apesar de
toda a barbaridade que existia nos tempos medievais, temos que concordar que
uma pitada desses princípios do bem não faria mal a ninguém atualmente. Hehe O
autor fala de muitas pessoas que encontraram um caminho para se tornarem
melhores através da fantasia.
“A fantasia continua a ser um
direito humano: nós a criamos da maneira que queremos e a nosso próprio modo
derivativo, por que somos feitos: e não somente feitos, mas feitos à imagem e
semelhança de um Criador.” - J.R. R. Tolkien (Pág. 372)
“O que o D&D mostrou às
pessoas é que a felicidade é a jornada, não o destino. Não é quem vence o jogo,
é o que você faz durante a partida” (Pág. 398)
Imagino que possamos pensar o mesmo da vida.
Que legal, gente!
ResponderExcluirEstou doida para ler esse livro.
Eu tenho um pezinho no mundo geek/nerd.
:P
Beijoooos
www.casosacasoselivros.com
Oi Luiza e Nathalie,
ResponderExcluirApesar de achar a proposta do livro interessante não sei se leria ele, mas em todo caso a dica esta anotada.
*bye*
http://loucaporromances.blogspot.com.br/
Olha pra te falar a verdade eu não tive muita curiosidade de ler esse livro, mas a Agatha, uma das minhas colaboradoras leu o livro e adorou. Eu sinceramente não curti muito quando eu dei as primeiras folheadas, mas pelo menos o livro foi muito bem resenhado e acho que a história deve ser muito boa. Gostei do seu ponto de vista sobre o livro e também de tudo que você abordou sobre ser um GEEK. Achei bastante interessante sua postagem. PARABÉNS =]
ResponderExcluirhttp://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/04/resenha-o-teste.html
Flor!
ResponderExcluirQue livro interessante!
Também amava RPG´s e esses jogos de estratégia!
Parece ser mesmo um livro super divertido!
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
Oiii, tudo bem???? Esse não é um livro que eu leria, mas que bom que você gostou tanto. E eu nunca joguei RPG acredita?
ResponderExcluirBeijooos
http://profissao-escritor.blogspot.com.br/
Não sabia que o livro era tudo isso. Não estava muito interessada até o primeiro quote. Adorei! Eu joguei muito WAR hehe.
ResponderExcluirBlog Prefácio
Olá, gostei muito da sua resenha. Eu não me considero geek ou nerd, mas tenho curiosidade por esse universo.
ResponderExcluirResenha premiada "A evolução de Calpúrnia Tate", participe: petalasdeliberdade.blogspot.com .
Luiza, esse livro parece ser bem divertido! Além de conter informações super interessantes sobre o universo geek. Poxa, preciso muito conhecer! :)
ResponderExcluirBeijo, beijo - http://megsarmybookclub.blogspot.com.br/
Oiii, devo chamá-la de... Princesa mesmo? Adorei as resenhas, inclusive esse livro “Fantasy Freaks and Gaming Geeks” não é a primeira vez que vejo falar dele, e o título muito me agrada, a linguagem é difícil? Por que quem sabe eu não compro em inglês mesmo, pra treinar um pouquinho...
ResponderExcluirBeijos Bru
http://brusay.blogspot.com.br/