segunda-feira, 6 de abril de 2015

Livro: Tudo que um GEEK deve saber

Sinopse
O que significa ser um geek?
Por intermédio das suas reflexões e da viagem que decidiu fazer, Ethan Gilsdorf conta não somente a sua história, mas a da cultura pop. Jogador, na adolescência, de Dungeons & Dragons e fã de J. R. R. Tolkien, ele pegou a estrada para ir ao encontro de sua família. Nesse incrível tour, o autor viaja para a cidade natal do criador de D&D, Gary Gygax, veste uma fantasia para participar de um RPG e usa trajes medievais para encenar uma guerra em um encontro de nerds.
Ao longo de sua jornada, Ethan ainda visita as obras do castelo francês Guédelon, uma incrível fortaleza medieval que está sendo construída hoje com os mesmos recursos utilizados no passado, e viaja para a Nova Zelândia, onde conhece as locações das filmagens de O Senhor dos Anéis. Acompanhe Ethan Gilsdorf nesta jornada sem precedentes, que traz para a realidade a paixão pela fantasia e pelos jogos.

Comentando...

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à Luiza, que me deu o livro  para resenha.Adorei.
Em segundo, se você se considera um geek, um nerd (ou seja qual for o nome que queira dar), naturalmente irá se identificar com alguns, muitos, senão todos os pontos abordados neste livro. hehe
Do título original “Fantasy Freaks and Gaming Geeks”, esse livro é pra você, que é louco por fantasia e, de alguma forma, curte fugir um pouquinho (ou completamente) da realidade, através da imaginação, da leitura, dos filmes e/ou dos jogos, sejam eles de tabuleiro, eletrônicos ou de interpretação.

Não, meu amigo. Você não está sozinho. E sim, tem gente “pior” que você por aí. Hehe

Querido?” Ela ergue uma sobrancelha. “Teve sorte?”
Isso não é hora para perguntas! Eu desembainho a espada.
“Ninguém simplesmente entra em Mordor”, eu anuncio.
“Seus Portões Negros são vigiados por mais do que apenas orcs.
Lá existe um mal que nunca dorme, e o Grande Olho está sempre atento.”
Ela revira os olhos.
“Ethan, por favor... ache logo o carro, está bem?”(Pág.42)

No início da minha adolescência, eu tive o prazer de conhecer o RPG clássico. Aquele em que um grupo de amigos forma uma roda (sentados no chão do play, em volta da mesa da sala, em cima da mesinha de ping pong – a feita de cimento, é claro), utilizam papel e caneta, livros de regras, e fichas para desenhar os personagens e registrar seus atributos. Aquele onde o mestre começa a narrar a aventura e você simplesmente viaja. E a partir dali, tudo depende da sua capacidade de imaginação e da sorte nos dados coloridos e multifacetados para determinar o seu futuro. Ah, como era bom.E quando o autor narra seus momentos de jogo com os amigos, inclusive com exemplos de trechos das aventuras que “viveu”, imagina a nostalgia que eu senti. Com o passar dos anos, fiz novos amigos e sei que muitos deles ainda jogam... Quem sabe eu não volto a jogar?

Em sua jornada, Gilsdorf aborda a questão do escapismo, sobre como as pessoas utilizam a fantasia para fugir da realidade (que nem sempre é das melhores). Ele inicia o livro com um certo preconceito e até mesmo vergonha, por ser uma dessas pessoas “covardes” e “que não querem crescer”. Mas conforme ele continua a jornada, conhece outras pessoas com personalidades e situações diferentes na vida, e percebe que não é bem assim que a coisa funciona. E confesso que as conclusões que ele tira de toda essa experiência, me deixam aliviada (assim como o autor) e mais em paz para aproveitar as coisas que tanto gosto (sem necessariamente ter um distúrbio social associado).

Além de conhecer mais sobre outras modalidades de RPG, há diversos assuntos com os quais me identifiquei neste livro: aprendi ainda mais sobre o Professor Tolkien, jogos como World of Warcraft,LARPs, músicas voltadas para o mundo literário, e grandes lições que podemos tirar do mundo fantástico para as nossas vidas. Abaixo seguem alguns trechos interessantes (alguns dos mais de 30 que selecionei), que abordam esses temas:

“Homens e mulheres adultos possuem consoles Xbox e PlayStation e colocam embalagens de doce com o formato de Yoda e R2-D2 sobre os monitores de seus computadores.” (Pág. 47)

Embora eu seja mais fã de Star Trek, a fórmula “adultos + videogames” é um fato. (até porque agora trabalhamos e temos mais condições de sustentar nossos brinquedos hehe

“Antigamente marginalizado como obra que não merecia o rótulo de “literatura”, Tolkien é agora ensinado em sala de aula. A área de estudos sobre Tolkien rende teses de doutorado, fã-clubes que vão desde a Polônia até a Argentina, e, de acordo com a última contagem, há traduções de O Hobbit e dos Anéis em trinta e oito idiomas.” (Pág. 62)

Você sabia que a primeira edição de O Hobbit foi publicada em 1937? Tolkien é considerado por muitos “o pai da fantasia moderna”.

Se você também é fã, conheça a página do Conselho Branco – Sociedade Tolkien no Facebook: https://www.facebook.com/conselhobranco e também ogrupo da Toca RJ, onde são realizados diversos eventos para celebrar as obras do Professor:https://www.facebook.com/groups/tocarj

Geek antigamente significava General Electrical Engineering Knowledge (Conhecimento Geral de Engenharia Elétrica), um fragmento do jargão militar americano. (...) Em seu uso mais comum, nerd é utilizado para descrever alguém que sabe usar computadores e que não tem muito traquejo em situações sociais. (...) Mas recentemente, o termo geek passou a designar qualquer pessoa que se interesse por desenvolver uma habilidade ou que seja devotada a um assunto que pareça um pouco extremado: geeks de filmes, geeks de histórias em quadrinhos, geeks de música (etc...) Tanto geek quanto nerd podem identificar, alguém que expresse uma paixão exacerbada por algum hobby em um monólogo ininterrupto. Já a palavra gamer se refere a entusiastas sérios de jogos de tabuleiro, RPGs, jogos de estratégia e videogames.” (Págs. 86 e 87)

Terminologia apresentada pelo autor. 

“Risk foi adaptado e lançado no Brasil pela Grow com o nome de WAR na década de 1970. A versão oficial do Risk foi lançada no Brasil na década de 2000 pela Hasbro, e os dois jogos, embora similares, são concorrentes no mercado brasileiro atualmente.” (Pág.120)

Bom, nesse caso, qualquer semelhança NÃO é mera coincidência. Hehe


Cada grupo de LARP (Live Action Role-Playing) tem sua própria visão em relação a regras, figurinos, combate, interpretação de personagens, participação e ambientação. A ambientação de um LARP pode ser baseada em fantasia, ficção científica, o universo gótico moderno, espionagem ou envolver gêneros híbridos como o steampunk(uma mistura de Era vitoriana com elementos de ficção científica).” (Pág. 134)

Se você nem imagina como funciona, pode ter uma ideia assistindo ao episódio 11 da 8ª temporada de Supernatural. Vale a pena.
E há um evento LARP chamado “Oenach” para acontecer em julho no Rio de Janeiro (em Magé). Para saber mais ou comprar seu ingresso, acesse:
http://oenachnatailtiu.com/

“Somos adultos que entendem o propósito de brincar”, disse Elyse. E, em seguida, ficou séria. Ela apontou para o seu arco de cinquenta e cinco libras de potência que estava no canto da sala. “Mas, se os zumbis vierem... saberemos o que fazer.” Mike riu. Elyse de corrigiu. “Quando eles vierem, nós saberemos o que fazer.”

Simplesmente ri e adorei. Tenho um amigo que pratica arco e flecha e acho o máximo. hehe 

“Quando o Led Zeppelin compôs músicas como “Over the Hills and Far Away” e The Battle of Evermore”, os fãs não demoraram muito para perceber que a banda estava fazendo referências a Tolkien. A canção “Ramble On”, que eles compuseram, propõe uma trama alternativa para os Anéis na qual Gollum não está querendo pegar o anel, mas sim uma garota hippie. Os membros do Led Zep não sabiam, mas estavam compondo “filk”, um gênero musical que abrange músicas que falam sobre livros e personagens, computadores, tecnologia e a própria cultura dos fãs.” (Págs. 211 e 212)

O autor também fala de uma banda chamada “Harry and the Potters” e um dos seus grandes sucessos se chama “Voldemort Can’t Stop the Rock”.

“Oxalá o cavalheirismo e a busca do amor puro ousassem comandar cada uma de nossas ações!
Se nos concentrássemos naquilo que minha mãe chamava de “Questões Superiores”:
Princípios cavalheirescos como Coragem, Justiça, Piedade, Generosidade, Fé, Nobreza, Esperança e Força.” (Pág. 253)

Apesar de toda a barbaridade que existia nos tempos medievais, temos que concordar que uma pitada desses princípios do bem não faria mal a ninguém atualmente. Hehe O autor fala de muitas pessoas que encontraram um caminho para se tornarem melhores através da fantasia.

“A fantasia continua a ser um direito humano: nós a criamos da maneira que queremos e a nosso próprio modo derivativo, por que somos feitos: e não somente feitos, mas feitos à imagem e semelhança de um Criador.” - J.R. R. Tolkien (Pág. 372)

“O que o D&D mostrou às pessoas é que a felicidade é a jornada, não o destino. Não é quem vence o jogo, é o que você faz durante a partida” (Pág. 398)

Imagino que possamos pensar o mesmo da vida.

9 comentários:

  1. Que legal, gente!
    Estou doida para ler esse livro.
    Eu tenho um pezinho no mundo geek/nerd.
    :P

    Beijoooos

    www.casosacasoselivros.com

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  2. Oi Luiza e Nathalie,
    Apesar de achar a proposta do livro interessante não sei se leria ele, mas em todo caso a dica esta anotada.

    *bye*
    http://loucaporromances.blogspot.com.br/

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  3. Olha pra te falar a verdade eu não tive muita curiosidade de ler esse livro, mas a Agatha, uma das minhas colaboradoras leu o livro e adorou. Eu sinceramente não curti muito quando eu dei as primeiras folheadas, mas pelo menos o livro foi muito bem resenhado e acho que a história deve ser muito boa. Gostei do seu ponto de vista sobre o livro e também de tudo que você abordou sobre ser um GEEK. Achei bastante interessante sua postagem. PARABÉNS =]

    http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/04/resenha-o-teste.html

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  4. Flor!
    Que livro interessante!
    Também amava RPG´s e esses jogos de estratégia!
    Parece ser mesmo um livro super divertido!
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  5. Oiii, tudo bem???? Esse não é um livro que eu leria, mas que bom que você gostou tanto. E eu nunca joguei RPG acredita?
    Beijooos
    http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

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  6. Não sabia que o livro era tudo isso. Não estava muito interessada até o primeiro quote. Adorei! Eu joguei muito WAR hehe.

    Blog Prefácio

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  7. Olá, gostei muito da sua resenha. Eu não me considero geek ou nerd, mas tenho curiosidade por esse universo.

    Resenha premiada "A evolução de Calpúrnia Tate", participe: petalasdeliberdade.blogspot.com .

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  8. Luiza, esse livro parece ser bem divertido! Além de conter informações super interessantes sobre o universo geek. Poxa, preciso muito conhecer! :)

    Beijo, beijo - http://megsarmybookclub.blogspot.com.br/

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  9. Oiii, devo chamá-la de... Princesa mesmo? Adorei as resenhas, inclusive esse livro “Fantasy Freaks and Gaming Geeks” não é a primeira vez que vejo falar dele, e o título muito me agrada, a linguagem é difícil? Por que quem sabe eu não compro em inglês mesmo, pra treinar um pouquinho...

    Beijos Bru
    http://brusay.blogspot.com.br/

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